sexta-feira, 15 de abril de 2011

"É um assalto!"

Tempos em tempos aparecem uns bacanas cometendo uns delitos por todo o Brasil, são todos iguais. Mas, com algumas peculiaridades. Por exemplo: A linguagem, ou, como os especialistas chamam de variedade lingüística. Vejamos em alguns assaltos.

Assaltante nordestino: - Ei, bichim... Isso é um assarto! Arriba os braço, num se bula, num se caquei nem faça munganga... Arrebola o cobre pra cá e num faça pantim, se não eu deixo seu bucho iguá uma arupenba.

Assaltante mineiro: - Ô sô, prestenção... Isso é um asslto, uai... Levanta os braço e fica quetim quesse trem na minha mão ta chei de bala... Mio passá logo os trocado que eu num tô tão bão hoje. Vai andando, uai! Queu inda vô pitá um cigarrim uai!!

Assaltante gaúcho; - O, guri, ficas atento... Bah, isso é um assalto... levantas os braços e te aquietas, tchê! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê! Passa as pilas pra cá! E te mandas a La cria, senão o quarenta e quatro fala, tchê!!


Assaltante carioca; - Seguinte bicho... Perdeu! Tu te deu mal rapá! Isso é um assalto, parada neurótica maluco. Passa a grana e levanta as mão rapá... num fica de bobeira que te meto bala e atiro pra caralho!! Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto mer mão!!poul, poul, poul... hehehe... Já era!!


Assaltante baiano; - Ô, meu rei... (longa pausa) isso é um assalto...(longa pausa) Levanta os braços – bota a mão no joelho dá uma abaixadinha e vai mexendo a bundinha, tu,tu, tu... pá!! – mas não se avexe não painho...(longa pausa), se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem devagarinho...(longa pausa). Num repara se o berro ta sem bala, mas é pra num ficar muito pesado... Não esquenta meu irmãozinho (longa pausa). Vou deixar teus documentos na encruzilhada e aí vai ficar tudo massa...


Assaltante paulista; - Aí mano... Isso é um assalto, meu... Alevanta os braço e se liga treta, mano... Passa a grano logo, meu... Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria abeirta pra comprar os ingresso do jogo timão pra eu e meus truta, mano... Pô, vaza mano que aqui só tem loco!!!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

"Fortes e fracos"

“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”. É claro que todos sabem que esta é a célebre frase que o grandessíssimo escritor carioca do século xx, Euclides da Cunha descreveu o sertanejo no seu magnífico livro Os sertões.
Agora, o mais interessante, é analisarmos essa frase nesse momento da história. Digo isso, não em relação à história de “Canudos”, mas, na história de nossa cidade, livrando com muita lucidez e guardadas proporções. Pois bem, nessa relação de luta por igualdade de um povo no século xx, deveria nos instigar no século xxi. Acho, portanto, que hoje o sertanejo é, antes de tudo um fraco.
 Vejam bem, o escritor dividiu sua obra em três partes: “A terra”, “O homem” e “A luta”. Em “A terra” o escritor descreveu a geografia nordestina, o sertão no seu mais alto esplendor e toda sua rusticidade e um tanto quanto pouco receptiva ao homem. Assim continua, e o mais interessante é vermos que boa parte dessa geografia agora esta em mãos dos sertanejos. Entretanto, ele não se toca que a terra é sua e que tem que trabalhar nela, não tem que ficar esperando esmola de governo nenhum. Em “O homem” ele define o sertanejo como um forte, um lutador, apesar de sua aparência. Ao contrário agora, me parece que o sertanejo virou o neurastênico do litoral, ou seja, fraco e irritado. Tenho a certeza que é por causa do mau costume que o governo de Lula deixou. Ao em vez de dar a “vara para o pescador pescar” ele deu mesmo foi “o peixe” que, aliás, diga-se de passagem, uma piaba. Então, o sertanejo fica em casa esperando as bolsas; família, escola, a do gás, a da pesca... Enfim, tudo quanto é bolsa esmola. E por fim, “A luta”, onde o escritor descreve os ataques a canudos. Ora, somos atacados todos os dias por governantes sedentos por licitações, verbas municipais, estaduais e federais. No entanto, como é que nós nos defendemos? Aliando-nos direta ou indiretamente a esses soldados da corrupção, quando aceitamos que nossos nomes estejam indevidamente em programas sociais do governo federal, quando aceitamos que obras do nosso município se tornem “elefantes brancos”, quando não há médicos e nem medicamentos nos hospitais, quando aceitamos que professores sejam mal remunerados e escolas sucateadas e até mesmo quando aceitamos aqueles tijolos em época de campanha política para reformar nossa casa. Portanto, tudo isso acontece e existe em nossa cidade. O problema é que somos todos uns fracos, ou não temos forças para lutar contra um arsenal tão grande, o arsenal da corrupção. Por fim, nossa dignidade esta se extinguindo que nem Canudos. Porém, lutaremos até o fim, igual aos cinco últimos de canudos.

Bem, aqui vai uma listinha de coisas pela qual devemos lutar em nossa cidade:
Saúde; médicos, remédios, raio-x, ambulância UTI, maternidade e sala de cirurgia e etc e etc...
Educação; professores com melhores salários, sala de laboratório, sala de computação e outros aparelhos modernos em sala de aula e transporte escolar.
Infra estrutura; açougue, abatedouro, creche, ambulatório, estradas viscerais do município e casas. 

Não custa dizer que tudo isso foi prometido em discursos e campanha política e provavelmente será prometido. Afinal, nada disso foi feito.