“Há 10 anos, em uma seca como a de
agora, as cidades eram invadidas por famílias famintas. Hoje não, porque o
Governo Lula mudou o Nordeste” – deputado Fernando MINEIRO. Deputado Fernando Mineiro.
Sabe aquele deputado que agente
diz... - Acho que esse aí é diferente e entende das coisas -. Pois é, foi assim
com o deputado Mineiro, pensei que esse tinha algo a mais, mas, me enganei mais
uma vez, pra variar. A causa da minha decepção foi a frase acima, citada por
ele, da qual retirei do site do senhor Caramuru Paiva que a publicou com muito
orgulho. Para começo de conversa, acho que ele, ou é desinformado a respeito da
seca no nordeste ou é um sádico que finge não saber das coisas, pois, nada mais
me faz acreditar em outra coisa. Vejam bem, todos os anos nós temos períodos de
seca que começa com o final das chuvas no final do mês de junho e reiniciando
com mais intensidade nos meses de fevereiro ou março. Até aí tudo bem, é normal
para o nordestino esse período de seca, afinal somos acostumados e, desde muito
tempo, ninguém enxerga o quanto os agricultores sofrem com as perdas durante esses
meses e, no entanto, nada fizeram para amenizar tais perdas, inclusive o
partido do então deputado. Ele, o deputado, talvez não saiba que, desde o ano
de 98 não temos uma seca realmente declarada com tantas cidades nordestinas em
estado de emergência, pois, nesse período, só tivemos a “meia seca”, ou a seca
de sempre, sem que o governo tenha se preocupado em se preparar para o que, os
nordestinos sempre temeram, uma seca realmente de “verdade”, ou seja, quase dois
anos sem chover o suficiente para que, os agricultores se preparem de forma
consistente e de improviso para enfrentá-la como sempre fizeram, sem a ajuda de
nenhum governo, desde então. A pergunta que faço ao deputado mineiro é, se ele
tem notícia dos inúmeros municípios e suas localidades rurais em estado de
calamidade devido a falta d’água? Será que, o deputado assistiu ontem,
08/05/2012, o programa da Rede Globo, Profissão Repórter, onde mostrou a
dificuldade dos moradores de, apenas uma das tantas localidades da zona rural
nordestina, em conseguir o que supostamente era água para matar a sede e
complementar de forma insuficiente as necessidades diárias e, ainda matar a
sede dos animais domésticos que, com certeza irão morrer por falta d’água e
comida? Será que o deputado poderia me dizer o que o governo do partido dele
fez para que isso fosse pelo menos amenizado? Talvez o senhor me responda que
foi a água da Transposição do Rio São Francisco que chegou em abundância aos
mais carentes, talvez as inúmeras adutoras escoando a água das inúmeras
barragens para as remotas localidades e servindo a quem mais precisa, ou os
inúmeros poços artesianos que foram perfurados nessas localidades mais
carentes. Ah, sendo assim, não temos que nos preocupar com a seca, pois, está
tudo resolvido. Entretanto, não é o que o senhor pode me responder, né deputado.
Já sei, o senhor vai me falar que, o que vai aliviar, ou, o que vai impedir que
as cidades não sejam invadidas por miseráveis são; as bolsas esmolas que o
governo do PT criou, ou a bendita e salvadora “bolsa seca” de 400,00 reais. Não
acredito, é isso mesmo! Olha, se for isso mesmo, o senhor perdeu uma boa
oportunidade de ficar calado, e assim, eu continuaria acreditando que o senhor,
um dia, mereceria o meu voto. Mas, infelizmente, ou felizmente, o senhor faz
parte da mesma fossa sanitária, pois, o que saiu da sua boca foi nada mais que
merda. Na verdade, o que o senhor deveria fazer mesmo era protestar contra essa
miséria que já foi oferecida aos sertanejos durante esses anos todos e o que
estão oferecendo agora. Afinal, isso é vergonhoso e deplorável pelo tanto que
agente tem contribuído para o crescimento do país. Por isso, nós nordestinos
merecemos muito mais do que está sendo oferecido como esmola. E até por que,
agente não quer só cisterna, agente não quer só feijão, agente não quer só um
balde d’água de um carro pipa, agente não quer só esmola como consolo em troca
do voto que vos, nos alega. Portanto, senhor deputado, com esse tipo de assistência
social malhada, desde o tempo dos coronéis, não mudou o nordeste e tampouco vai
mudar. É preciso mais, muito mais.