Por algum tempo deixei de falar de
política, ou, de políticos em nossa cidade, e o motivo era se não outro, o de
não causar influência, mesmo de forma indireta, em alguns eleitores, e até
mesmo, um certo ar de posicionamento, algo que não é da minha índole, pois, me
concentro sempre em destacar os pontos positivos e negativos de cada político,
apesar de que muitos tem mais pontos negativos, e para não causar desconforto
aos eleitores apaixonados e cegos, resolvi me dar o direito de permanecer
calado e opinar assim que as eleições se encerrassem, respeitando portanto, a
decisão dos cidadãos. Mas, a grande questão é: Como alguém que sempre tem
opinião formada sobre algo e que já se posicionou de outras vezes nas questões
políticas, no entanto, agora fica tirando o corpo fora? Explico, em outras
ocasiões tinha o fator família em primeiro lugar, depois, o fator ideológico,
pouco, mas tinha. Nessa campanha política, entretanto, nada me convenceu, nem
mesmo o fator família, muito menos o ideológico, algo que andou longe nessa campanha.
Ficar de fora de uma campanha
eleitoral me fez enxergá-la de um ângulo diferente daquele que participa
diretamente e intensamente e, se apaixona e fica cego por pura ilusão, sobretudo,
por necessidade. Falar que político fulano iria ganhar por tantos votos de
diferença, que isso, ou, aquilo, é fácil, principalmente quando se trata de
eleitor necessitado e apaixonado. Não estou falando de diferença de votos de um
para o outro, de quem tira tantos votos ou, não consegue comprar por falta de
dinheiro. Há mais coisas entre o político e o eleitor do que um cientista político
possa explicar, mesmo assim, tentarei de forma grosseira explicar o que ocorreu
nessa campanha eleitoral, afinal, todas elas têm uma história distinta, porém,
de um cunho moral bem parecido.
Vejamos os fatos ou, as personagens e,
por que não, as famílias. Na história recente da política campo-grandense, a
família Melo e Pimenta se gladiavam pelo poder político de nossa cidade.
Construíram castelos e torres de poder ao qual, muitos duvidavam que esses
impérios um dia pudessem ruir. Entretanto, ruíram, e as histórias se encontram
nos quesitos aos quais levou tal ruína: Soberba, vaidade e egoísmo. E quem lhes
concedeu o poder e a ruína política? O povo. O poder emana do povo. Portanto, o
povo dá, o povo tira.
Eis então que surge uma nova personagem na história
política da nossa cidade, Antônio Véras. Com um discurso inovador, esperançoso
e futurista, consegue romper as muralhas e as torres erguidas pelas famílias,
Melo e Pimenta. Porém, caiu da mesma torre, erguida com o mesmo material:
Soberba, vaidade e egoísmo. E quem lhes concedeu o poder e a ruína? O povo. O
poder emana do povo. Mais uma vez o povo dá, o povo tira.
De repente, não mais
que de repente, eis que surge uma nova figura no cenário político de Campo
Grande: Bebeto, representando duas famílias, Almeida e Vieira. O financiamento
familiar juntamente com a vontade popular em derrubar torres – sem analogias às
torres gêmeas dos Estados Unidos, as quais foram derrubadas por integrantes da
Al Qaeda no ano de 2001 – e elevar reis da política campo-grandense, fizeram de
Bebeto o senhor detentor de pelo menos três vitórias esmagadoras a sua
oposição, e se auto declarando dono do poder político de nossa cidade. Ledo
engano, pois, nada supera a supremacia popular, ou seja, a vontade do povo. E
mais uma vez, um político cai da mesma torre construída por ele mesmo, a torre
da soberba, vaidade e do egoísmo. No entanto, com uma ressalva, ou, uma característica
incomum, pois, sua queda e derrota política se deveu a pelo menos, dois fatores
bem definidos: Em primeiro lugar, credencia-se a sua derrota aos seus, não
antigos, mas recentes correligionários, que por sinal, os adoravam e aclamavam
como um deus, não por menos, afinal, quando assumiu o poder, deu-lhes as mãos e
retorno financeiro esperado que tantos, há tempos, não experimentavam. Mas, em
troca, esses mesmos súditos que o chamavam de "menino de ouro" e lhes sopravam a sopa para que ele não se queimasse, deu-lhes com os pés, pois, o poder não estava mais em suas mãos, e isso é
preponderante para quem quer permanecer adorado. O outro fator que alimentou a
queda de Bebeto foi o sentimento de vingança, imposto acima de tudo, pelos
correligionários da sobra de guerra política do ex-prefeito Antônio Véras, que
durante o período de glória de Bebeto, foram excluídos das tetas fartas da
Prefeitura Municipal. Assim, a imensa maioria da sobra de guerra do ex-prefeito
Antônio Véras, pendeu para o lado de quem lhes poderia conceder esse
alento, e comer um pouco do prato frio da vingança, pois, foi a cria política de Bebeto,
Bibi de Nenca, quem lhes concedeu de forma contratual, esse instantâneo sabor.
Portanto, não se atribui apenas ao fato de Bibi ter sido um bom administrator o resultado dessa esmagadora
vitória - Tampouco o credencia a um dos grandes líderes de Campo Grande
- a qual, erroneamente alguns pensam assim, mas foi a sua capacidade de compor palanque
político que, muitos não tiveram, e assim, o levou a esse fenômeno. O que se espera
dessa ironia é que, ele não suba nas torres - antes construídas pelos políticos
antecessores - da soberba, da vaidade e do egoísmo, do mesmo modo, como os demais,
despenque das alturas do poder transitório. Porque, como todos nós sabemos, o
poder emana do povo, e como os demais, o povo dá, o povo tira. Acredito,
entretanto, que o atual prefeito não bebe da mesma água dos demais, porém, é
político e, em político não podemos confiar plenamente, e com seus seguidores
do poder da antiga base de Bebeto então... Não dá mesmo para confiar, pois, são
todos alienados e viciados em quem está no poder, e não em quem faz o melhor
para todos. Por fim, espero que o nosso prefeito reflita bastante a quem ele
deve servir: a todos, ou, a alguns. Pois, todos fazem parte daquilo ao qual um
prefeito vai administrar, o dinheiro público, porque todos contribuíram e
contribuem de forma igual através de impostos, e que devem ser convertidos em
nosso benefício, ou seja, para o bem comum. Então, eu lhes pergunto, amigos: Será o fim de uma era política, o começo de outra, ou a continuação dos manjados conceitos políticos, aos quais, só mudam as personagens? Eu acredito sempre na renovação da barata, pois ela é a última que morre.
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